A Creditas ficou em evidência nos últimos dias depois que foi noticiado que a empresa se tornou o mais novo "unicórnio" brasileiro. No entanto, vale destacar que, pelo menos no nicho do mercado de securitização, este não é o único motivo que a faz ficar em evidência, pois um novo FIDC relacionado à empresa entrou no radar do mercado.

A CVM divulgou ontem, 10 de dezembro, a sua Agenda Regulatória para 2021. Além da conclusão das sete audiências públicas iniciadas em 2019 e 2020, a autarquia também planeja abordar outros sete temas em consultas públicas futuras.

Uma das grandes notícias do mercado de FIDC em 2020, além da audiência pública da nova regulamentação desses fundos, foi o processo seletivo de fundos que compram direitos creditórios devidos por micro, pequenas e médias empresas, organizado pelo BNDES. Por meio da BNDESPAR, o banco se tornaria cotista desses FIDC, aportando até R$ 4,00 bilhões. Um dos fundos selecionados foi o FIDC Magalu, que compra recebíveis originados pela Magazine Luiza.

A CVM colocou em audiência pública a minuta de resolução que altera a regulamentação sobre a constituição, o funcionamento e a divulgação de informações dos fundos de investimento, além da prestação de serviços para os fundos. Com isso, a autarquia busca adequar a regulação à Lei da Liberdade Econômica (Lei 13.874/19), aos desenvolvimentos de mercado e, ao mesmo tempo, consolidar as normas de fundos de investimentos em uma só.

O mercado de FIDC ultrapassou, ao final de outubro, a marca dos 1000 fundos em operação, maior nível histórico deste setor. Junto com o recorde de fundos em operação aparece também o recorde em termos de PL com o volume se aproximando dos R$ 170 bilhões. As marcas expressivas foram alcançadas após crescimento da ordem de 10%, para ambos os indicadores. Em termos setoriais, os FIDC NP se destacam no ano, tendo crescido quase 20% até o momento.

Até o fim de outubro, o acumulado do montante e do número de negócios envolvendo cotas de FIDC registradas no mercado de balcão da B3 (Cetip) apresenta importante expansão em 2020. Comparando o resultado parcial de 2020 com o de todo o ano de 2019 já se computa um crescimento de pelo menos 30,0%.

A CVM divulgou ontem, 04 de novembro, Ofício-Circular que estabelece que o envio de informações periódicas e eventuais dos FIDC deverá ocorrer, exclusivamente, por meio do sistema Fundos.NET, que é operado pela B3.

Na última sexta-feira, dia 23 de outubro, a agência de classificação de risco Fitch informou o mercado sobre a recente ação de elevação da nota de crédito das cotas sênior do FIDC Contour Global Brasil. Tanto a primeira quanto a segunda série de cotas sênior foram elevadas de 'AA-' para 'AA'.

Recentemente foi publicado aqui no TLON um artigo abordado o patamar alcançado pelo PL consolidado da indústria de FIDC no último mês de setembro, trazendo ainda uma análise por meio da segmentação entre FIDC Não Padronizados e aqueles que não se enquadram nessa categoria. Agora, é hora de alternar o foco para atentar focar para as categorias de ativo-lastro dos fundos que compõem a indústria.

O ano de 2020 já adentrou em seu último trimestre e com isso já é possível ter uma significativa noção da fotografia da evolução dimensional da indústria de FIDC. Através deste exercício, se evidencia que ao final do último mês de setembro o mercado do principal veículo de securitização do Brasil alcançou um PL consolidado de R$ 165,78 bilhões. A cifra foi construída por meio de um conjunto de 984 fundos em operação.