Trabalho de conclusão de curso de graduação apresentado ao Departamento de Ciências Administrativas da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, como requisito parcial para a obtenção do grau de Bacharel em Administração.

Orientador: Prof. Gilberto de Oliveira Kloeckner

Aluno: Caroline Pereira Salies Lima

Introdução

A indústria de fundos busca, cada vez mais espaço no Mercado Financeiro. Os investidores estão mais maduros para enfrentar situações de turbulência que por conseqüência passam a reagir às crises de mercado. De um modo geral, o cenário aponta para o desenvolvimento de fundos de investimentos.

O mercado está preocupado em buscar novas alternativas, uma vez que a inflação no Brasil e o comportamento dos juros nos Estados Unidos são os elementos que vão determinar o que vai acontecer no cenário financeiro futuro. A expectativa é de um ambiente positivo para as empresas, bem como para o investidor. Desse modo, o gestor de fundos deve conhecer os fundos disponíveis bem como o perfil do investidor, com vistas a oferecer uma aplicação adequada que atenda as exigências de cada cliente.

O financiamento das empresas está na base do sistema capitalista e na atividade empresarial. Assim, a busca por resultados comerciais e financeiros está atrelada à necessidade de novos níveis de desenvolvimento e à expectativa dos empresários de alcançarem a satisfação pessoal. O financiamento das empresas é condição primordial para a realização dos planos de expansão dos negócios e a sustentação dos mesmos em longo prazo.

Para que isso ocorra, há duas formas pelas quais o empresário atinge esse objetivo: o financiamento através de capitais próprios ou através de capitais de terceiros. A capitalização através de capitais próprios pode envolver: (i) aporte de novo capital do próprio empresário, originário de crédito ou poupança pessoal ou (ii) aporte de capital da empresa, através do reinvestimento dos lucros gerados pelo negócio. Em qualquer uma das formas, o acionista assume a totalidade do risco do empreendimento e do capital investido.

A capitalização através de capitais de terceiros, por sua vez, está relacionada às dívidas e emissões de títulos conversíveis, como debêntures. Em qualquer dos casos, ao absorver capitais externos, o empresário está diluindo o seu risco, seja com um novo sócio seja com um intermediário financeiro.

Em uma economia de Concorrência Perfeita1, não há diferenças na escolha entre diversas fontes de financiamento. Uma das características da concorrência perfeita é a Eficiência de Mercado. Para o autor Van Horne (1984, p. 51) um mercado financeiro eficiente existe quando os preços dos ativos refletem o consenso geral sobre todas as informações disponíveis sobre a economia, os mercados financeiros e sobre a empresa específica envolvida. Desse modo, esses preços se ajustariam rapidamente.

Sob o ponto de vista mercadológico, no setor financeiro nos últimos anos, percebe-se uma maior competição entre as instituições, na busca de maior fatia de mercado e de maior fatia de clientes2 com a opção de várias carteiras de investimentos.

As empresas estão inseridas em uma economia que apresenta imperfeições, Dentre estas destacam-se a falta de recursos para investimentos. Por essa razão, o racionamento de crédito mostra que nem sempre as empresas terão recursos financeiros (não-próprios) para financiar seus investimentos. Para minimizarem tais dificuldades, as empresas buscaram desenvolver várias técnicas alternativas para captação de recursos.

Uma das opções para a captação de recursos para as empresas é a Securitização, um processo no qual ativos financeiros e ativos não financeiros são agrupados em forma de Títulos Financeiros negociáveis e vendidos a investidores. Essa operação possibilita empresas, com pouco ou mesmo nenhum histórico de mercado, a ter acesso a recursos financeiros a custos competitivos, impulsionando assim o crescimento de novos entrantes.

O mercado de securitização tem se beneficiado e muito com a introdução dos FIDCs, conhecidos também como Fundos de Recebíveis. A entrada dos FIDCs proporcionou a um elevado número de empresas o acesso ao mercado de capitais de forma viável, uma vez que esses instrumentos têm um tratamento fiscal privilegiado e um custo atrativo, se comparado às linhas de crédito tradicionais. Esses fundos foram regulamentados em 2001, mas só deslancharam a partir de 2003.

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