Ao fim do primeiro quadrimestre de 2014 constata-se no mercado primário um ligeiro crescimento, vis-à-vis o observado no mesmo período do ano anterior, do montante emitido em cotas de Fundos de Investimentos em Direitos Creditórios (FIDC). Entre janeiro e abril de 2014 já foram emitidos R$ 5,17 bilhões em cotas de FIDC, montante 4,3% superior ao registrado no primeiro quadrimestre de 2013, quando o montante emitido pela indústria havia alcançado R$ 4,95 bilhões. A cifra verificada para os primeiros quatro meses de 2014 é a terceira maior já registrada na história deste mercado, tendo sido superada apenas pelos valores registrados neste período em 2011 (R$ 11,78 bilhões) e 2010 (R$ 5,33 bilhões).

Como de praxe, as emissões realizadas pelo FIDC Sistema Petrobras NP são desconsideradas nesta análise. As emissões realizadas apenas por este fundo tendem a ser desproporcionais em relação ao montante consolidado emitido por todos os outros fundos da indústria em conjunto. Para efeito comparativo, neste primeiro quadrimestre de 2014 o FIDC Sistema Petrobras NP emitiu R$ 69,6 bilhões, que corresponde a treze vezes o montante emitido pela indústria.  A Figura 1 traz a evolução anual do montante emitido em cotas de FIDC no primeiro quadrimestre desde 2006.

Figura 1 – Histórico, a partir de 2006, das emissões consolidadas de FIDC no primeiro quadrimestre de cada ano



Ao segmentar o montante emitido de cotas de FIDC no primeiro quadrimestre de 2014 por categoria de ativo-lastro, nota-se a predominância das emissões de cotas dos FIDC que investem em Recebíveis Comerciais. Aproximadamente 68,8% (R$ 3,55 bilhões) das emissões realizadas entre janeiro e abril de 2014 tiveram por lastro ativos desta categoria, os quais representam a venda financiada de um bem ou serviço realizado por pessoas jurídicas. Ao seu turno, vale lembrar que esta categoria abarca, também, os chamados fundos de factoring, segmento que apresenta vigoroso crescimento nos últimos anos. As emissões dos FIDC de Recebíveis Comerciais aumentaram significativamente em relação ao mesmo período de 2013, quando as emissões desta categoria representaram apenas 46,9% (R$ 2,32 bilhões) do total. Em seguida, em relação ao montante emitido no primeiro quadrimestre de 2014, se encontra na segunda posição as emissões de cotas de fundos que investem em créditos provenientes de financiamento de veículos, com 12,1% (R$ 625,9 milhões) do montante emitido. No mesmo período de 2013 esta categoria representou 12,0% (R$ 595,9 milhões) do total emitido.

Na terceira posição, as emissões de FIDC da categoria Crédito Pessoa Jurídica apresentaram redução de participação em 2014, tendo em vista que as cotas emitidas até abril por esta classe representaram 6,8 % (R$ 352,7 milhões) do total, frente aos 7,5% (R$ 371,4 milhões) que haviam sido registrados entre janeiro e abril de 2013. Já com relação às categorias Multiclasse e Crédito Imobiliário as respectivas participações na emissão total aumentaram, chegando a 6,5% (R$ 335,2 milhões) e 2,0% (R$ 100,4 milhões) respectivamente. Em 2013 as emissões nestas categorias haviam representado apenas 5,0% (R$ 248,7 Milhões) e 0,8% (R$ 38,4 milhões), nesta ordem.

Por fim, cabe ressaltar que no primeiro quadrimestre de 2014 apenas 0,14% (7,3 milhões) das emissões totais realizadas corresponderam à categoria Crédito Pessoal, uma forte queda quando comparado à participação das emissões dos fundos desta categoria nos primeiros quatro meses de 2013, a qual atingiu 18,62 % (R$ 921,7 milhões) do total.

A Figura 2 traz a composição das emissões por tipo de ativo lastro nos primeiros quadrimestres de 2013 e 2014.

Figura 2 – Composição das emissões por ativo-lastro nos primeiros quatro meses de 2013 e 2014


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