A liquidez do mercado secundário de cotas de Fundos de Investimento Imobiliário (FII) negociados na BM&FBOVESPA, medida através dos critérios de valores consolidados de montante negociado e de número de negócios, voltou a se retrair no final do primeiro trimestre do ano. Em março, o montante consolidado somou R$ 381,6 milhões, os quais se referiram a 68.009 negócios. Tais cifras se contrastam com os R$ 582,4 milhões, referentes a 105.266 negócios, para o mês de fevereiro. O mês de março contou com um dia de pregão a menos que o de fevereiro. Os números de fevereiro haviam apontado para uma retomada do crescimento da liquidez no mercado de FII, tendo a cifra daquele mês referente ao número de negócios alcançado nível recorde histórico.
Em relação ao nível de liquidez registrado doze meses antes, época em que o mercado secundário apresentou, durante alguns meses, maior volume histórico de negociação, houve quedas substanciais nos dois indicadores mensais. O montante negociado decresceu 49,7% quando comparado aos R$ 743,7 milhões registrados em março de 2013, e o número de negócios se reduziu em 15,5% quando comparado aos 80.531 registrados também naquele mês.
Como mostra a Figura 1, depois de sete meses de volume seu em patamar historicamente o mais elevado, a partir de julho de 2013, o mercado secundário de cotas de FII teve sua liquidez reduzida para um nível mais baixo, porém mantida a partir daí em forma razoavelmente estável. A exceção ficou por conta do desempenho do indicador de número de negócios nos meses iniciais de 2013, que chegou a superar seus maiores valores históricos.
Figura 1- Evolução do montante e do número de negócios mensais de cotas de FII
Quando se analisa o comportamento nos últimos doze meses da média móvel de 22 pregões do montante negociado diário, observa-se uma retração deste indicador, novamente, ao longo do mês de março de 2014, para o nível de R$ 20,0 milhões. Anteriormente, este indicador havia repicado duas vezes em direção ao nível de R$ 30,0 milhões. No auge do desempenho histórico deste indicador, principalmente durante o segundo trimestre de 2013, o mesmo oscilou entre R$ 35,0 milhões e R$ 45,0 milhões.
A Figura 2 traz a evolução, ao longo dos doze últimos meses, da média móvel de 22 pregões do montante negociado diário do mercado secundário de cotas de FII na BM&FBOVESPA.
Figura 2 - Evolução da média móvel de 22 pregões do montante negociado diário de cotas de FII
Em termos individuais, houve uma retomada da liderança no último mês, pelo critério de montante negociado, por parte do FII BTG Pactual Corporate Office Fund (BRCR11). Apesar de ter apresentado uma queda no seu volume mensal, quando comparado a fevereiro, o BRCR11 obteve o maior montante negociado em março, alcançando R$ 68,1 milhões (R$ 85,3 milhões em fevereiro). O FII BB Progressivo II (BBPO11) caiu para a segunda posição, por este critério, com R$ 40,2 milhões (R$ 86,9 milhões), e o FII Kinea Renda Imobiliária (KNRI11) manteve a terceira posição, com R$ 36,8 milhões (R$ 59,0 milhões). Pelo critério de número de negócios, o BRCR11 voltou a liderar com folga, tendo este seu indicador totalizado 27.245, mais de seis vezes maior que aquele referente à segunda colocação, do BBPO11, de 3.947.
A Tabela 1 traz os doze FII que alcançaram maior montante negociado em março de 2014, juntamente com estes valores de montante negociado, os respectivos números de negócios e a frequência em pregões ao longo do mês.
Tabela 1 - Os 12 FII de maior montante negociado em março de 2014