Em 2014 até maio, sete dos 76 Fundos de Investimento Imobiliário (FII) que compõem o ranking de rentabilidade efetiva¹ apresentaram este indicador superior a 10,0%, muito acima da média geral no período, de -0,3%. A presença de quatro fundos que investem, preponderantemente, em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRI) é justificada pelas maiores distribuições de rendimentos e valorizações dos preços das cotas destes fundos, em virtude da diminuição na inclinação da curva de juros da economia no período.
O FII WM RB Capital (WMRB11B) obteve, em 2014, a maior rentabilidade efetiva acumulada, de 45,7%. Cabe ressaltar que, conforme mencionado no último artigo da série, o fundo vem realizando amortizações de cotas nos últimos meses, porém, a variação percentual de seu valor contábil ocorrida em função destas amortizações é maior que a variação de seu valor de mercado no mesmo período. Além disto, vale destacar que este título historicamente apresenta menor liquidez relativa no mercado secundário.
A Tabela 1 traz o grupo dos fundos com rentabilidade efetiva superior a 10,0% no ano, exibidas em ordem decrescente pelo critério deste indicador.
Tabela 1 – FII com rentabilidade efetiva acima de 10,0% em 2014
Mudando a análise para os últimos doze meses encerrados em maio, os 77 fundos cujos títulos foram transacionados, tanto em maio de 2013 quanto em maio de 2014, apresentaram rentabilidade efetiva média de -6,5%. Conforme explicado no último artigo dessa série, a origem desses valores negativos de rentabilidade se explica, em grande parte, pela reação do mercado secundário às sucessivas elevações da taxa básica de juros na economia, processo iniciado em abril de 2013 e que, aparentemente, se estabilizou a partir de abril desse ano, quando ocorreu a última elevação.
Dezenove fundos desse grupo alcançaram rentabilidade efetiva positiva, sendo que oito deles obtiveram um valor do indicador superior a 10,0%. Destaque para o FII RB Capital Desenvolvimento Residencial II (RBDS11) que obteve 46,4% de rentabilidade efetiva anual. Mais uma vez no primeiro lugar no quesito rentabilidade efetiva de 12 meses, este fundo foca seus investimentos no desenvolvimento de empreendimentos imobiliários residenciais e o preço de sua cota apresentou variação positiva no período de 12,3%. Cabe ressaltar que este também se trata de um fundo cujas cotas apresentam baixa liquidez relativa no mercado secundário. A Tabela 2 apresenta os fundos com rentabilidade efetiva superior a 10,0% nos últimos doze meses.
Tabela 2 – FII com rentabilidade efetiva acima de 10,0% nos últimos doze meses
A Tabela 3 abaixo apresenta as cotas que registraram rentabilidade efetiva inferior a -25,0% nos últimos 12 meses. Menção para os dois fundos cujos títulos alcançaram valor do indicador inferior a -30,0%: o FII BB Votorantim JHSF Cidade Jardim Continental Tower (BBVJ11), que chegou ao fim do período de vigência de seu mecanismo de Renda Mínima Garantida em fevereiro de 2014, sem que tenha gerado um nível de receita própria de aluguel de seu imóvel comparável, e o FII BB Progressivo (BBFI11B), cujas cotas sofreram forte desvalorização em seu preço após o anúncio de não renovação do contrato do locação do Banco do Brasil, locatário de dois dos imóveis do fundo, a vencer em dezembro deste ano.
Tabela 3 – FII com rentabilidade efetiva abaixo de -25,0% nos últimos 12 meses
¹ A rentabilidade efetiva, ou rentabilidade total, resulta dos componentes de rentabilidade oriundos na distribuição de rendimentos, na amortização, e na variação de preço das cotas ocorridos no período. Do ranking são excluídos os fundos cujas cotas registraram na BM&FBOVESPA um montante negociado menor que R$ 100.000,00 ou número de negócios menos que dez, nos primeiro e último meses do período comtemplado.