Segundo levantamento realizado pela Uqbar, os investidores pessoas físicas foram responsáveis por adquirir aproximadamente 55,0% do montante emitido em cotas de Fundos de Investimento Imobiliário (FII) em 2014. Esta classe de investidor tem sido a protagonista dos investimentos em cotas de FII por três anos consecutivos, mas em 2014 registrou a menor parcela do total neste período. Esse recuo é perceptível, de maneira complementar, pelo número descendente de pessoas físicas que detém cotas de FII negociadas na BM&FBovespa. Após chegar ao máximo de 101.710 investidores em dezembro de 2013, desde então este número se reduziu mês após mês, até registrar 92.712 pessoas físicas em fins de 2014.

Tudo leva a crer que os principais adquirentes de cotas de FII em 2014, aqueles pertencentes à classe pessoa física, são, em essência, investidores que já possuíam investimentos anteriores nestes títulos, salvo a improvável ocorrência de uma alta rotatividade de investidores durante o ano. A diminuição no número total de investidores pessoas físicas tem como uma das suas causas principais o desempenho relativamente fraco dos preços das cotas de FII no mercado secundário ao longo do ano passado. Como resultado deste desempenho, pela percepção de aumento relativo de risco e pela diminuição do volume do mercado primário, o apetite de um potencial novo investidor pessoa física manteve-se baixo, a despeito de fatores como a isenção tributária conferida a este tipo de investidor.

O levantamento realizado resultou em uma distribuição, construída com base em Anúncios de Encerramento aos quais a Uqbar obteve acesso e que correspondem a 49,7% (R$ 3,32 bilhões) do total de emissões realizadas ao longo de 2014, que ilustra a composição dos investidores do mercado primário de cotas de FII, em termos de montante emitido, como aponta a Figura 1.

Figura 1 - Composição do Montante Emitido em 2014 por Classe de Investidor (% de Montante)

As entidades de previdência privada despontaram como a segunda maior classe de investidor em 2014. Incluindo os fundos de pensão brasileiros, esta categoria adquiriu 21,9% do total de cotas emitidas na amostra. Pode-se afirmar que neste movimento de ampliação da parcela de cotas de FII investidos por entidades de previdência privada está subjacente uma espécie de terceirização da gestão das carteiras de investimentos de natureza imobiliária detidas por fundos de pensão. Podendo contar com carteiras diversificadas e por sua gestão profissionalizada, os FII são uma importante alternativa à administração direta de imóveis por parte destas entidades, por vezes muito custosa.

Na sequência, os fundos de investimento adquiriram 10,5% do montante emitido em 2014. Esta categoria de investidor há tempos se mantinha na segunda colocação, mas nos últimos dois anos sua preponderância tem sido ameaçada por outros tipos de investidores, além daqueles citados anteriormente. Mais especificamente, pela categoria de investidores estrangeiros, que tem majorado sua fatia sucessivamente, chegando aos 8,2% do total em 2014. A participação destes últimos tem caminhado na direção de um quadro que se aproxima daquele referente ao mercado de ações brasileiro, em que os investidores estrangeiros auferem parcela relevante.

Por fim, reunidos sob a chancela Outros, pessoas jurídicas, pessoas (físicas ou jurídicas) ligadas à emissora e/ou aos participantes do consórcio, entre outros, somaram participação equivalente a 4,4% do total investido em cotas de FII no mercado primário em 2014.

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