Emblemático edifício de alto padrão, de 36 andares, construído e inaugurado há pouco mais de dez anos no Centro do Rio de Janeiro em local marcado por tragédia histórica na cidade, alugado em sua totalidade* para a Petrobras, em período coincidente com a era da exuberância precipitada do pré-sal, o edifício Torre Almirante, de propriedade de dois Fundos de Investimento Imobiliário (FII), perde seu inquilino agora em 2017, em meio à maior retração econômica do país no registro histórico, a uma situação fiscal pré-falimentar do Estado do Rio de Janeiro, a uma inversão aguda nas condições estruturais do mercado imobiliário carioca, e a um ajuste profundo na empresa carro-chefe da economia estadual, pra não dizer da economia brasileira. Tal inquilino, que rescinde contrato vigente, detinha enorme liquidez de recursos até poucos anos atrás, em cima de expectativas de crescimento de produção de petróleo, do preço então deste produto, e, resultante disto, de um balanço que cresceu aceleradamente, principalmente através de dívida. Esta liquidez, além de ter viabilizado vultosos montantes associados a vários eventos revelados no âmbito das investigações da Lava-Jato, também não deixa de ser um componente que explica um valor de aluguel no Torre Almirante que se destacava no mercado imobiliário de escritórios no Centro do Rio de Janeiro.